segunda-feira, 26 de maio de 2014

Morrendo

Morrendo por dentro
Morte de um sentimento
Morre o amor
A morte é a vida
A vida apenas segue

Nada pode mudar o fato de morrer
E nada pode fazer o amor renascer
Morte da paixão
Morre qualquer emoção

A dor, o calor, todos em vão
Morre a razão
Assim que morre a emoção
Morrendo, sangrando, iludido

Perdido, assim estou
Morrendo por dentro

terça-feira, 20 de maio de 2014

Almejo

Um desejo
Almejo,
Desprezo...Almejo-te
Seus dedos leves a correr pelo meu corpo
O arrepio dos meus pelos com teus beijos
Desejo-te,
Amo-te loucamente,
Não existe o amanhã,
Desprezo...Almejo-te
Teu sou eu...
Apenas um tolo perdido no malabarismo da tua língua
Presa fácil do teu olhar desafiador
Mal, mas belo
Almejo
Desejo
Amo-te loucamente,
e a estes teus dedos rápidos...

terça-feira, 13 de maio de 2014

Fantasmas

Existem fantasmas nessa cidade. O passado, o presente e o futuro. Todos querendo minha cabeça a prêmio. Todos assustando minha mente, com devaneios sonhos de romances ideais. Perdidos dentro do caos, do amor. Nem sentido fazem. Zombam das minhas capacidades cognitivas, minhas falhas e frustrações. Se caracterizam através de medos, carências fecundas e feridas expostas. Parasitam o meu espirito e se alimentam de minha inteligência, por vezes materializando-se. Riem da minha falta de coragem. Barram todos os sentidos. Ejaculam  temores na minha cara, gargalhando freneticamente com todo meu torpor. Espectros esses, espreitando para nos capturar, ao redor. Ninguém sabe como. São nada mais que ectoplasmas da memória, etéreos. Sempre intangíveis. Sempre os mesmos demônios.

Ignore

Ignorado.
Ignore o ferido.
Ignorado é o pedinte da atenção,
Pedindo nada mais que a compaixão.

Humanos são também quem ignora
E quem suplica...
Dá vontade de gritar, mas ninguém irá te ouvir
Ignorado...

Ferido e abatido,
Sob a obscuridade e o martírio,
Sob danças mentais ilusórias
Jaz caído, meio morto.

Ignorai-vos este coitado!
Pobre diabo, sem paixão.
Sem alma e sem perdão
Apenas um enfermo, dado.

Frustrado,
Louco e em meio à angustia
Apenas suplica por paz,
Nunca pode ser sempre em vão...

Calafrio

Me causa calafrios
Seu nome, seu rosto, tudo
Fico feito criança, paralisado, angustiado
E tu não estas nem ai

Me causa arrepios
Qualquer coisa a ti relacionada
Qualquer ato, qualquer riso
E tu, cadê? Nem dá falta de minha existência

Talvez o que me cause tanto medo
Tua ignorância de que sofro por ti
Ou quem sabe a tua certeza desse fato
E tu continuas a não estar nem ai...


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Zombeteiro

Já era noite

Acabava eu de voltar de perto da casa dela, havia chorado o dia inteiro. Estava exausto, naquele dia de abril. Um ano antes, tudo fazia sentido. Mas hoje, tudo estava em chamas. Em volto nelas. Números circulavam a minha mente. Estava eu perdido?

Chego em casa, deito-me em minha cama e fecho meus olhos. Tudo estava errado. Estranheza no ar. O clima era pesado e diferente: nunca tinha passado isto antes. Não tão intensamente. Meu corpo pesava. Minha mente girava e girava. Sentindo o gosto da indiferença invadir a minha alma. Não havia mais refugio. Eu era o mesmo infantil idiota de sempre.

Foi tudo num piscar de olhos, melhor: Num fecho de olhos. Quando, visualmente, chamas provindas dos quintos da minha mente mais sombria, se materializam no escuro da falta de visão; Chamas vultuosas. Truques que o cérebro impões na mente. Mas eu andava perdido. Dizia ela: Você possui algo maligno ao seu lado, não quero isso pra mim! E isso ressoava na minha lembrança. Quando tal presença, após as chamas, materializa-se e toca minha cabeça. Eu acordo afoito, amedrontado. O que seria aquilo? Seria a excencia de todo meu mal? De todos meus vícios... De toda a minha fraqueza. O que seria aquilo?

Estava tudo tão pesado e confuso. E ela já não estava mais ali para me acalmar..

Os Dias Comuns

Todos os dias, sempre comuns. Todos iguais, cada um. Minha vida não possui mais alegrias, nem anseios. Durmo e levanto, levanto e durmo. Me falta fome, me falta vontade. Não há o porquê de desejar. Voltei a ser o mesmo robô, controlado pelo sistema, este opressor, predador. E eu sou a presa desse cotidiano louco, preso pelo amor e pelos vícios diários de viver. Vivemos pra morrer, presos nesses dias tão parecidos e tão confusos! Eu só tenho uma única certeza. Mas disso eu sou estatistica. Além da morte, certa e inevitável, vivo por viver. Vivia mesmo sob o julgo de amar. Mas, isso já me é um fato: amar. Amo e não sou correspondido. Amo e deixo-me amar mais a cada dia, pois é a única meta que me corroi a alma. Sinto o vento em minha nuca, o suor frio e calculado da maldade. Sinto a minha morte, e a única coisa para luvrar-me dela, foi perdida. Extinta na existência do cotidiano e então, sigo eu vivendo o nada, certo de que morrerei sem nada ter feito. Nada a não ser minhas palavras vãs e comuns. Já encontro a mim mesmo na solidão de meu quarto, preso na tristeza e na comodidade de um dia qualquer. É só mais um dia comum! Adeus! Amanha será mais um, serei, novamente mais alguém que nada possui.